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Medicina Paliativa – Entenda a importância e como funciona
Promover qualidade de vida aos pacientes e familiares por meio de prevenção e alívio do sofrimento é o principal conceito da Medicina Paliativa
Definido pela OMS – Organização Mundial de Saúde, em 1990 e atualizado em 2002, a Medicina Paliativa é recomendada para todos os países como parte da assistência integral ao ser humano. É olhar além da doença e enxergar o paciente em sua forma integral.
Ainda pouco propagado no Brasil, a medicina paliativa age com um conjunto de práticas que visam atenuar e proteger as pessoas do sofrimento trazido pelas doenças a longo prazo, observando suas necessidades e sintomas para além do corpo físico, dando importância também ao emocional, social e espiritual. A médica paliativista da Clínica de Oncologia e Mastologia de Natal, Dra. Lidiane de Araújo Torres – CRM 6743, explica que os cuidados paliativos englobam qualquer doença que ameace a vida, por ser progressiva ou até mesmo incurável. “Seu principal conceito é promover a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares por meio de prevenção e alívio do sofrimento”, disserta Dra. Lidiane.
O cuidado integral aos pacientes e familiares dá-se através de uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros e psicólogos. Além de outras especialidades, de acordo as necessidades do paciente.
Doenças crônicas como câncer; insuficiência cardíaca avançada; doença pulmonar obstrutiva crônica – DPCO; cirrose e Alzheimer, por exemplo, são doenças que requerem acompanhamento da medicina paliativa. “A ideia de que cuidados paliativos só devem ser empregados quando não há mais possibilidade de tratamento e o paciente estiver em condições de terminalidades, deve ser desmistificada”, comenta a médica paliativista.
Dentre os principais cuidados paliativos estão:
– Promover o alívio da dor e de outros sintomas;
– Afirmar a vida e considerar a morte como um processo natural;
– Não acelerar nem adiar a morte;
– Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado do paciente;
– Oferecer suporte que possibilite ao paciente viver o mais ativamente possível, até o momento de sua morte;
– Auxiliar os familiares durante a doença do paciente e o processo de luto;
– Realizar abordagem multiprofissional (médico, enfermeiro, assistente social, farmacêutico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, nutricionista, educador físico e assistente espiritual) do cuidado para atender as necessidades dos pacientes e seus familiares;
– Melhorar a qualidade de vida e o curso de vida.
Dra. Lidiane Torres ainda esclarece que ser iniciado precocemente, junto com outras medidas de prolongamento da vida, como por exemplo a nutrição, fisioterapia, atividades recreativas, quimioterapia, radioterapia e, incluir as investigações necessárias para controlar situações clínicas descompensatórias, fazem parte dos cuidados paliativos.
“As formas de tornar essa situação incurável, irreversível ou terminal o mais confortável possível ao paciente e aos seus entes queridos são várias. O principal é a humanização focada no tratamento global. O plano terapêutico envolve os campos emocional, físico, social e até mesmo espiritual, já que todas essas áreas devem estar em harmonia para que o paciente e seus familiares se sintam bem”, completa a doutora.
Os cuidados paliativos podem ser oferecidos em hospitais ou em casa, a depender do estágio da doença e, em cada etapa, deve ser indicado o melhor local para o tratamento.