A saúde mental do brasileiro em tempos de pandemia

A saúde mental do brasileiro em tempos de pandemia

Dia 07 de abril comemora-se o Dia Mundial da Saúde, uma data importante para debater também sobre a saúde mental do brasileiro em tempos de pandemia.

Se o século 21 já é conhecido pelas inúmeras mudanças de comportamento da sociedade, com o enfrentamento ao Coronavírus acentuou-se devido as incertezas e o medo. Pessoas que antes viviam suas rotinas, hoje, sofrem com as mudanças, às vezes extremas, sejam elas no setor pessoal ou profissional. Alterações do sono, ansiedade, estresse excessivo, crises de pânico são alguns dos sinais comuns que tem acometido as pessoas e levado a fragilidade da saúde física e mental.

Outra data importante para lembrar à população, é o 08 de abril, Dia Mundial de Luta Contra o Câncer. Buscar por qualidade de vida através da construção de hábitos saudáveis e realizar exames regularmente estão entre os objetivos dessas campanhas.

Os pacientes com câncer encaram, em dose dupla, os efeitos da pandemia. Desde o receio de interromper o tratamento oncológico a sair de casa e se expor aos riscos.

Dr. Gustavo Xavier, psiquiatra da Clínica de Oncologia e Mastologia de Natal, comenta como os pacientes oncológicos vem lidando com o tratamento no período da pandemia. “Eles passaram a ficar mais temerosos por apresentarem comorbidades e serem grupo de risco para um desfecho mais grave da COVID-19. Além disso, houve o medo de ficar sem o atendimento médico e o cancelamento de cirurgias e exames. Nesses casos, o acompanhamento psiquiátrico para tratar a ansiedade se faz necessário”, explica dr. Gustavo. E lembra que o tratamento contra o câncer não pode parar.

Além dos pacientes oncológicos, o psiquiatra relata também a mudança de comportamento da sociedade no geral diante esse cenário. “O isolamento social, o medo de se contaminar e a solidão passaram a fazer parte da vida de todos. E o acesso a tecnologia da comunicação foi uma saída encontrada para substituir os encontros presenciais, porém, o excesso de lives, as aulas online e as chamadas de vídeos também provocam ansiedade e devem ser utilizados com cautela”, deixa a dica.

Entre os principais sintomas que os pacientes têm se queixado na pandemia estão: ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático e abuso de sustâncias. E o número de pessoas com esses sinais aumentou, no Brasil, em 80% entre maio e julho de 2020, segundo pesquisas realizadas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Dr. Gustavo Xavier dar dicas de como amenizar a ansiedade em tempos de pandemia. “Praticar atividades das quais se identificam, ter um hobby, manter a saúde física e a higiene do sono em dia e cumprir o tratamento médico, se necessário, são boas alternativas para diminuir a ansiedade. Além, claro! de evitar horas no computador ou smartphones, a automedicação, ingestão de bebidas alcoólicas e outras drogas, pois isso pode potencializar os sintomas”, afirma o psiquiatra.

No mais, quando os sintomas estiverem no nível que possa prejudicar o indivíduo na funcionalidade das práticas cotidianas, um médico deve ser consultado. Mantenha a saúde do corpo e da mente em dia e não se automedique.

 

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