Leucemia tem cura!

Leucemia tem cura!

A leucemia ainda é uma doença que gera alguns questionamentos e dúvidas. E o mês de fevereiro foi voltado para chamar atenção a esse tipo de câncer que é o mais frequente entre o público infanto-juvenil. Segundo o INCA – Instituto Nacional do Câncer, a estimativa é de mais de 11 mil casos no Brasil entre 2023 a 2025. 

O hematologista, Dr. Cláudio Macêdo explica que a maioria das leucemias não têm fatores de risco identificáveis, o que torna as doenças difíceis de serem prevenidas, porém, ele ressalta que exposição a agentes cancerígenos como Benzeno (presente em algumas tintas) podem ser implicados na gênese das doenças; imunossupressão grave e a presença de AIDS.

Dentre os tipos mais comuns da doença, elas podem ser classificadas quanto a categoria da célula (Linfóide ou Mielóide) e a velocidade de instalação (aguda ou crônica). Dr. Cláudio cita que existem quatro tipos básicos, sendo eles: Leucemia Linfóide Aguda, Leucemia Linfóide Crônica, Leucemia Mielóide Aguda e Leucemia Mielóide Crônica.

Já a gravidade vai depender de vários aspectos que às vezes não estão relacionados à doença como: “A presença de comorbidades que acompanham o paciente, o uso de medicamentos, o estado nutricional, a idade, etc. Tudo isso influencia para a gravidade em cada indivíduo”, comenta o hematologista e acrescenta “na maioria das vezes, as leucemias agudas, àquelas que possuem a velocidade de instalação bem rápida, têm um prognóstico pior, se destacando ainda mais as Leucemias Linfóides Agudas”.

Receber diagnóstico de leucemia não é uma sentença. E hoje em dia há muitos tratamentos eficazes. “Para que a cura aconteça é necessário uma série de etapas que devem passar pelo médico, pelo próprio paciente e por sua família ou acompanhantes”, comenta Dr. Cláudio Macêdo e cita: o diagnóstico correto da doença também faz toda diferença para um tratamento adequado e isso pode ser feito através da coleta do Mielograma Imunofenotipagem, Cariótipo e Análise Molecular da doença” exemplifica. 

Além disso outros pontos como: diagnóstico das comorbidades, através de exames gerais para identificar possíveis agravos de saúde; vacinação, que deve ser feita, de preferência, antes de iniciar a quimioterapia, no intuito de fortalecer o sistema imunológico; manutenção dos hábitos de vida saudáveis, incluindo a qualidade do sono, dieta, estresse e atividade física.

O paciente com leucemia precisa de acompanhamento médico especializado, com o hematologista e, para o tratamento, algumas terapias são indicadas, entre elas: quimioterapia, imunoterapia, seguida ou não de transplante de medula óssea, e caso haja indicação, terapia com células CAR-T.

“A cura de qualquer câncer só é considerada após cinco anos de acompanhamento sem qualquer terapia empregada para o controle da doença. No caso do transplante da Medula Óssea não é diferente. Para que a cura seja atingida, é necessário que haja compatibilidade entre a medula do doador e a do paciente, e a substituição dessa medula antiga pela nova”, esclarece Dr. Cláudio. 

Transplante de Medula Óssea (TMO)

A medula óssea, conhecida como tutano, é um líquido-gelatinoso localizado dentro dos ossos, responsável por fabricar todos os elementos do sangue. É nela que nascem as células-tronco e daí, também, a importância de mantê-la sempre saudável e funcionando. As doenças do sangue são decorrentes exatamente de uma falha nesse mecanismo. Quando sofrem uma mutação, perdem a função e atrapalha o sistema.

O transplante de medula óssea é um procedimento seguro para o doador e, para o transplantado, um suspiro de alívio e esperança, proporcionando grandes chances de cura. O paciente, depois de se submeter a um tratamento para destruir a sua própria medula, recebe as células da medula sadia de um doador.

As chances de achar doador compatível de medula óssea é de 1 em cada 100 mil. Seja a esperança de alguém, doe medula óssea!

O hematologista, Dr. Cláudio Macêdo deixa uma dica: “O diagnóstico precoce possibilita melhores respostas ao tratamento. Ficar atento ao corpo e manter exames de rotina são importantes, já que nem sempre a Leucemia aponta sinais e sintomas no estágio inicial. Palidez, cansaço, febre, aumento de gânglios, infecções persistentes ou recorrentes, hematomas, petéquias (manchas marrom-arroxeadas), sangramentos inexplicados, aumento do baço e fígado estão entre os indícios.”  

 

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